A culpa é tua se dizes sempre
o mesmo nome
se tens sempre a mesma idade
e a mesma casa, se quando
revelas a tua identidade
é impossível que o céu te expluda
e que te acudas de incertezas
e de novos buracos.
A culpa é tua se ainda não
morreste, se nunca te
atrincheiraste à espera
de uma bomba que te mude os olhos
se nasces sempre no mesmo dia.
Não te aflijas.
Estás sempre a tempo de não
dormires na mesma posição
(com a mão aberta em esmola)
Também me custa
sobreviver a estes dias
mas o que ainda não chegou
é infinito.
Cláudia R. Sampaio
3 comentários:
Adorei este lugar. Prometo voltar para ler tudo o que aqui houver. Excelente!
Muito gosto!
Coisas do infinito, que vem a espuma do mar sem memória, sem futuro a desfazer-se no presente para renascer novamente.
Obrigada, Maria. :)
Carlos, seja bem regressado. :)
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