segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Ofício de amar

já não necessito de ti 
tenho a companhia nocturna dos animais e a peste 
tenho o grão doente das cidades erguidas no princípio doutras 
                                             [galáxias, e 
                                             [o remorso 

um dia pressenti a música estelar das pedras, abandonei-me ao silêncio 
é lentíssimo este amor progredindo com o bater do coração 
não, não preciso mais de mim 
possuo a doença dos espaços incomensuráveis 
e os secretos poços dos nómadas 

ascendo ao conhecimento pleno do meu deserto 
deixei de estar disponível, perdoa-me 
se cultivo regularmente a saudade de meu próprio corpo 


Al Berto, O Medo

2 comentários:

Luis disse...

o al berto era uma merda de pessoa mas escrevia comá merda

santo berto

deep disse...

Acontece muito, Luís, o que prova que a sensibilidade de certos artistas, escritores incluídos, é mera ficção. Talvez tenha sido o caso deste senhor al berto. :)