1.
Não sei adivinhar as tempestades.
No fim de uma estação as borboletas morrem
e o vento quebra nas varandas altas.
É por trás dos vidros que então nos defendemos
de todas as surpresas: morremos de antemão.
E sob trovoada
assombra-nos o voo dos pássaros à chuva.
No fim de uma estação as borboletas morrem
e o vento quebra nas varandas altas.
É por trás dos vidros que então nos defendemos
de todas as surpresas: morremos de antemão.
E sob trovoada
assombra-nos o voo dos pássaros à chuva.
23.
Viciei os olhos em pequenas coisas
desviei-os para longe e estendi a mão
na direcção de cinzas. O mundo desfaz-se
de pequenas coisas em pequenas coisas
os olhos viciados numa laçada
de irrealidade - ah pudesse haver sequer
uma borboleta cega chamando nas vidraças.
desviei-os para longe e estendi a mão
na direcção de cinzas. O mundo desfaz-se
de pequenas coisas em pequenas coisas
os olhos viciados numa laçada
de irrealidade - ah pudesse haver sequer
uma borboleta cega chamando nas vidraças.
Carlos Poças Falcão, Arte Nenhuma
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