passado é ainda o mesmo passado - nenhum
rosto diferente para desviar o rio da memória,
nenhum nome depois. Para te esquecer,
devia ter partido há muito tempo, como viajam
as aves de verão em verão. E tentei; mas as malas
abertas sobre a cama eram livros abertos, e eu
nunca fechei um livro antes do fim. Por ter
ficado, nada mudou jamais - e o meu passado é
ainda o nosso passado; e o rosto que tinha antes
de me deixares é o que o espelho me devolve no
presente...
Maria do Rosário Pedreira
2 comentários:
Há dias reparei, numa pausa, com vagar, neste blog (blogue) e fiquei encantado com os apontamentos poéticos aqui deixados, amiga (deixe-me tratá-la assim) deep. Há quantos anos não nos temos cruzado por aí, pela blogosfera, sempre com simpatia!
Hoje mesmo, o grupo de poetas da Biblioteca municipal de Alcanena, vai debruçar-se, logo à tarde, nesta grande escritora.
Tenho aqui à mão a sua "poesia reunida" da "Quetzal" 2012.
Este poema é muito simbólico do sentir da poeta...
Bom fim de semana
Obrigada, as-nunes, pelas suas palavras e pela presença sempre simpáticas. Claro que pode tratar-me por amiga.
Espero que o evento tenha corrido bem. Quando há poesia, já é meio caminho andado para tudo correr bem, não é?
À semelhança do que aconteceu há um ano, também tive a sorte de participar numa pequena, mas acolhedora tertúlia, no dia 21.
Volte sempre. Bom resto de domingo. :)
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