quinta-feira, 31 de maio de 2012

Se te penso


O Douro visto do miradouro de S. Leonardo da Galafura


Quando, em sossego, te penso
és flor em prado verde, água pura.
Árvore de verde vestida
celebrando o amanhecer.


Que falta faz a tua primavera aos meus olhos
o teu verde às minhas janelas de sardinheiras tristes
a leveza dessa água à sede da minha boca
a sombra das tuas árvores à minha alma árida.


Ah! Pudesse eu ainda
crer na primavera e cobriria o meu outono
de flores, de abelhas, de borboletas,
de pássaros eternos...


Lídia Borges, No espanto das mãos, o verbo

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