Era um redondo vocábulo
Uma soma agreste
Revelavam-se ondas
Em maninhos dedos
Polpas seus cabelos
Resíduos de lar,
Pelos degraus de Laura
A tinta caía
No móvel vazio,
Congregando farpas
Chamando o telefone
Matando baratas
A fúria crescia
Clamando vingança,
Nos degraus de Laura
No quarto das danças
Na rua os meninos
Brincando e Laura
Na sala de espera
Inda o ar educa
(Zeca Afonso)
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
3 comentários:
Que vocábulo seria esse, tão poderoso, tão redondo?
***
Olá. Adorei o que pude ver do teu blogue, de Zeca a Sergio Godinho, o magnifico Jorge Palma, Cesariny, Gedeão, entre tantos outros, é, de facto, de perder a respiração. Confesso que vou voltar com mais tempo, para explorar de uma ponta a outra sem perder pitada.
Permita-me uma correcção. Esse poema foi efectivamente musicado e cantado por Zeca Afonso mas não foi escrito por ele. O autor, já falecido, foi o Pintor António Quadros sob o pseudónimo de João Pedro Grabato Dias.
Enviar um comentário